O que esperar para o futuro das fintechs? Novo formato promove expansão sem perder o DNA!
Quando as primeiras fintechs surgiram, a proposta principal era focar em um determinado segmento e entregar aos clientes soluções e experiências melhores que as promovidas pelos bancos tradicionais.
Esse modelo de atuação, conhecido como unbundling (serviços financeiros fragmentados), tinha por objetivo modificar o conceito bundling, ou seja, de serviços financeiros agrupados.
No entanto, hoje, já é possível ver que o futuro das fintechs está sendo desenhado com base em outra estratégia: a aplicação do conceito rebundling.
Rebundling pode ser definido como o reagrupamento de serviços financeiros, de modo que mantenha a mesma experiência promovida pelas fintechs desde o início e contribua para entregar ao cliente tudo o que ele precisa em um único lugar.
A ideia, portanto, é evitar que o consumidor tenha que usar os serviços de várias fintechs paralelamente para ter as suas necessidades atendidas e, principalmente, que precise voltar para os bancos tradicionais a fim de centralizar todos os produtos que utiliza.
Considerando esse novo formato, como será o futuro das fintechs? Qual caminho seguir para atender a essa nova realidade do mercado de serviços financeiros?
Qual será o futuro das fintechs?
Mas para falar sobre o futuro das fintechs é preciso, primeiro, relembrar um pouco do seu passado.
As fintechs surgiram, basicamente, com o propósito de democratizar o acesso a produtos e serviços financeiros.
A ideia sempre foi reduzir os gastos dos usuários, entregar uma experiência melhor e, principalmente, suprir as falhas e as brechas deixadas pelo modelo bancário tradicional.
Aqui, não podemos deixar de citar que o mercado financeiro do Brasil, há muito tempo, está concentrado em cinco grandes bancos.
Juntos, eles são responsáveis por 83,4% dos depósitos, e 83,7% de todas as operações de crédito realizadas em 2019, de acordo com o Banco Central.
Porém, a expectativa das fintechs é modificar esse cenário.
Não deixe de ouvir este episódio do Papo na Nuvem:
Em seu modelo base de atuação (unbundling), cada fintech se especializou em um segmento a fim de encontrar e desenvolver as melhores e mais pontuais soluções para determinado nicho.
Segundo o relatório “Inside Fintech / Setembro de 2020” da Distrito, o Brasil tem atualmente 828 fintechs, divididas em:
- meios de pagamento: 135;
- backoffice: 128;
- crédito: 124;
- risco e compliance: 73;
- serviços digitais: 59;
- investimentos: 53;
- criptomoedas: 52;
- tecnologia: 44;
- fidelização: 40;
- crowdfunding: 38;
- finanças pessoais: 35;
- dívidas: 18;
- câmbio: 17;
- cartões: 12.
Porém, com o passar do tempo, as startups de serviços financeiros começaram a perceber que novas necessidades dos seus clientes estavam surgindo, gerando assim a oportunidade de melhorar e expandir a sua oferta de soluções.
Devido a isso, o futuro das fintechs pode estar baseado no conceito rebundling. Nesse novo formato, essas empresas passam a atender outros subsegmentos, vertentes do seu produto principal.
Por exemplo, uma fintech que, até então, trabalhava apenas com a oferta de soluções de meios de pagamento, começa a entregar aos seus clientes também opções de crédito e de investimento.
Dica de leitura: “Mercado de meios de pagamentos: tendências e mudanças esperadas para 2021”
Por que trabalhar com o reagrupamento dos serviços financeiros?
Um dos motivos que potencializa o conceito rebundling como sendo o futuro das fintechs diz respeito à fidelização.
Essas empresas, inicialmente, se especializaram em determinado nicho. Porém, dependendo do segmento, o cliente ainda precisa recorrer a outras fintechs, ou mesmo bancos, para ter todas as suas necessidades financeiras atendidas.
Isso não só dificulta o seu dia a dia, como evita que ele veja a empresa como aquela que pode entregar tudo o que ele precisa, questão essa que também pode reduzir a aderência dos seus produtos.
Por outro lado, uma vez que o reagrupamento dos serviços financeiros é promovido, é possível atender a essa demanda.
Aqui, vale destacar que, por mais que as fintechs passem a oferecer um leque maior de soluções, a sua forma de atuação não vai ser como a dos bancos.
A ideia continua sendo a promoção de experiências melhores aos usuários, bem como o desenvolvimento e a criação de soluções financeiras que atendam às suas expectativas e simplifiquem a sua rotina. Em outras palavras, o “DNA fintech” não se perde no processo.
Lembremos que o futuro da economia é digital e que as fintechs são empresas aptas a encontrar oportunidades em meio a um mercado concentrado.
Em outras palavras, é a tecnologia a serviço do futuro dos serviços financeiros!
O segundo motivo que direciona o futuro das fintechs para um modelo rebundling refere-se à rentabilidade.
Uma forma de lucro das fintechs está na cobrança de taxas e tarifas. No entanto, é importante lembrar que muitos serviços não são cobrados por essas startups, e os que são têm valores menores que os praticados pelos bancos tradicionais.
Considerando isso, quanto maior for a oferta de soluções para os clientes, maiores as chances de gerar uma nova fonte de receita e, com isso, aumentar seu faturamento.
Como migrar para esse novo modelo de atuação?
Mas se essas empresas têm por característica o atendimento de um nicho específico, como atuar nesse novo formato que, ao que tudo indica, será o futuro das fintechs?
Podemos dizer que existem, basicamente, dois caminhos para isso: firmar parcerias com outras fintechs ou mesmo bancos, ou desenvolver os seus novos produtos internamente.
Firmando parcerias
Ao fechar parceria com outra instituição que já trabalha com a solução que pretende entregar, a fintech tem a vantagem de permanecer fiel ao seu produto principal.
Desse modo, consegue direcionar os seus esforços para a sua oferta inicial, bem como aprimorá-la sempre que for preciso.
Ao mesmo tempo, consegue expandir o seu portfólio, contribuindo para aumentar as taxas de fidelização e o seu poder de atração de novos clientes.
Além disso, não é necessário se preocupar com questões relativas ao desenvolvimento das soluções e regulamentações.
Desenvolvendo os seus próprios produtos
A segunda opção é desenvolver internamente os novos produtos que deseja oferecer para o público.
Nesse caso, a fintech precisa se desviar um pouco do seu foco principal de atuação e, dependendo do subsegmento que vai atender, ter que lidar com questões regulatórias específicas.
Aproveite e leia também: “Regulamentação fintech: qual a principal para começar a atuar nesse mercado?”
Não se pode esquecer também que é preciso considerar o tempo e os custos de desenvolvimento, fatores que não impactam quando se fecha uma parceria.
Por outro lado, uma vez que a solução é finalizada e entregue, todo o faturamento fica com a fintech, não sendo necessário compartilhar os lucros.
Considerando esses dois caminhos, a contratação de uma fintech as a service pode ser uma boa solução.
Trata-se de uma fintech que contribui para que outras fintechs, startups e empresas de variados segmentos passem a entregar serviços financeiros aos clientes, ou promovam o aprimoramento dos que já oferecem.
Leia o artigo “Fintech as a service: o que é e por que você deve contratar uma” confira as vantagens desse serviço e como eles podem contribuir para o crescimento e o futuro do seu negócio!
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