Os impactos da digitalização do dinheiro
Separamos abaixo uma prévia dos principais pontos desse episódio. Mas, se preferir, já pode escutá-lo completo no player abaixo:
Pagamentos on-line tornaram-se uma alternativa inteligente e barata para transações financeiras. Por isso, cada vez mais se fala sobre a digitalização do dinheiro
Embora muitos não saibam, o custo do dinheiro físico vai bem além da fabricação do papel moeda.
Existe uma série de fatores, na maioria das vezes ocultos aos olhos comuns, que contribuem para o aumento do valor.
Os gastos com logística, tempo e segurança influenciam diretamente na precificação final do dinheiro em espécie, causando um impacto direto na economia das cidades.
No episódio de estreia da segunda temporada do Papo na Nuvem, Ida Nuñez recebeu Oscar Pettezzoni, Diretor Executivo de Planejamento e Estratégia para a América Latina na Visa; Cristiano Fontes, Sócio Associado da Prática de Serviços Financeiros na McKinsey; e Cassio Damasceno, Head de Produtos na Zoop, para um bate-papo sobre pagamentos on-line, digitalização do dinheiro e o impacto de tudo isso na economia das grandes cidades.
Sobre o impacto da digitalização do dinheiro
O pagamento on-line nas metrópolis tem impactado a economia de forma bastante positiva.
Esse recurso poderá gerar um benefício líquido de até US$ 470 bilhões por ano em 100 cidades, de acordo com uma pesquisa recente que compõe o estudo independente encomendado pela Visa à Roubini Thought Labdo.
O saldo positivo se dá pela redução no custo de transações implícitas no uso do dinheiro físico.
No primeiro episódio da segunda temporada do Papo na Nuvem vamos explorar os impactos da digitalização do dinheiro na economia e na sociedade. Por isso, você não pode deixar de ouvir!
Como precificar o custo do dinheiro físico?
Para se ter uma ideia do custo total da utilização do dinheiro em espécie, devemos considerar alguns fatores.
O primeiro deles é o valor gasto para produzir uma moeda que, em alguns casos, pode ser maior do que a quantia que a própria moeda representa — uma moeda de 5 centavos, por exemplo, custa 12 centavos para ser produzida.
Cristiano Fontes, da McKinsey, fala mais sobre:
“Tem uma série de custos ocultos no dia a dia do uso desse papel moeda. Esses vão desde todo o custo logístico que está envolvido em transportar o dinheiro inicialmente para os bancos, depois o transporte de todas as contas do comércio para bancos e tudo mais. Esse é um custo muito significativo.”
Além disso, existe a necessidade de garantir a segurança nesse deslocamento ou no armazenamento do dinheiro em si.
Não obstante, ainda há de se considerar o custo invisível causado pelo dinheiro que não fica em circulação.
Uma experiência muito comum a diversos brasileiros, que envolve moedas perdidas ou guardadas em casa.
“Parece que o governo havia dito, não sei se havia um bilhão ou 100 milhões de moedas não circulando no Brasil.
Qualquer um de nós, provavelmente no seu carro, deve ter uma moedinha de R$1 a R$2, tudo jogado. Essas moedas ficam paradas lá. Eu mesmo tenho um cinzeiro em casa que deve ter uns R$50 em moedas lá.
E isso não recircula!, Então, você está precisando colocar mais moeda porque está parado em casa, jogado em algum lugar l que não se utiliza“, complementa Oscar Pettezzoni, Diretor Executivo da Visa.
Quais os benefícios dos meios de pagamentos on-line?
A difusão do uso de pagamentos on-line, ou seja, da digitalização do dinheiro, por outro lado, pode gerar uma série de benefícios para a sociedade, muito além da economia de custos do dinheiro e transações.
Exemplos disso são:
- o aumento de produtividade;
- a geração de empregos;
- capacitações atualizadas;
- novas modalidades de crédito;
- novas fintechs.
Pontos esse , inclusive, contribuem para o desenvolvimento econômico e social de diferentes regiões.
Oscar conta como a tecnologia de pagamentos -facilita o dia a dia da população:
“Então, hoje, você vai no metrô do Rio com o seu dispositivo, ou um relógio, pode ser seu celular, pode ser seu cartão. Você simplesmente não precisa passar -na bilheteria do metrô, já passa diretamente na catraca e autoriza a sua transação“.
E ainda mais: é possível trabalhar com margens muito menores e com uma capacidade de atendimento do mercado muito maior. Tudo isso sem que signifique menos segurança para os negócios.
Como Cássio pontua, há alguns anos o cenário era bem diferente:
“A gente só percebe se for lembrar há 5 anos como era. Então, se você pensar em táxis, por exemplo, eles não aceitavam cartão de forma geral, de forma ampla no Brasil e, hoje, você já tem uma aceitação muito maior.”
É o desenvolvimento de outro patamar, em que as margens são realmente menores, mas, dessa maneira, aumentam as possibilidades de desenvolvimento e criação de novos negócios.
Há oportunidades de expansão no cenário atual?
Existe um grande espaço para o crescimento envolvendo meios de pagamento on-line no Brasil.
As empresas que atualmente priorizam a experiência do cliente e a facilidade de pagamento estão saindo na frente em seus mercados.
Há poucos anos era inimaginável que um ambulante ou comerciante de rua, por exemplo, aceitaria pagamentos com cartão. Hoje, isso é uma realidade presente em diversas cidades brasileiras.
Como Cássio aponta, começar um negócio pode ser tão simples quanto buscar algo no Google:
“Eu posso entrar em uma Amazon ou em uma Google Cloud, posso instanciar uma pequena máquina no início do meu negócio e, aos poucos, ir crescendo. Então, você consegue trabalhar com margens muito menores e com uma capacidade de atendimento do mercado muito maior“.
Considerando a perspectiva de ganhos a longo prazo, o maior desafio e campo de expansão ficam centrados em trazer a população desbancarizada para dentro desse novo ecossistema de pagamentos, a digitalização do dinheiro.
Um dos principais pontos é a segurança, algo que todas as empresas entendem como prioridade.
“[…] o Brasil é um dos países que tem um dos maiores índices de fraude ainda no mundo. A questão de você migrar para pagamentos eletrônicos é que facilita, nesse aspecto também, a segurança. O mercado todo, a cadeia toda, trabalha muito em prol dessa redução de fraudes“, afirma Oscar.
E também, existe um caminho promissor para o Brasil no mercado de pagamentos on-line, com grandes avanços tecnológicos, foco na experiência do cliente e inovação, como ele mesmo ressalta:
“As tecnologias, hoje, só favorecem esse aspecto quando eu penso em uma experiência de cliente, O contactless, por exemplo, que permite abrir novas verticais, criar uma experiência para o cliente de uma forma muito simples e muito rápida. Isso tudo funciona muito bem“.
Quer conferir o conteúdo na íntegra e saber mais sobre a digitalização do dinheiro? Então acesse o link abaixo, ou escute o Papo na Nuvem diretamente na sua plataforma de podcasts preferida!
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